Flu apático deixa sonho da Libertadores para trás

Tricolor perde por 3 a 0 para o Libertad em Assunção e está fora da competição

E quando ninguém esperava, o Fluminense, time de guerreiros, das causas impossíveis, deixou uma classificação praticamente garantida escapar. Com um futebol apático, longe da raça e superação característica nos últimos tempos, o Tricolor perdeu por 3 a 0 para o Libertad-PAR, nesta quarta-feira, no Defensores Del Chaco, e está fora da Copa Santander Libertadores. Final trágico para quem, há duas semanas, celebrava uma conquista quase impossível.

Rojas, Samudio e Nuñez, todos no segundo tempo, marcaram os gols da heroica classificação da equipe paraguaia, que nas quartas de final enfrenta ou Velez (ARG) ou a LDU (EQU), que decidem a vaga nesta quinta-feira. No primeiro duelo, os argentinos venceram em casa por 3 a 0.

Ao Fluminense, resta agora levantar a cabeça e se preparar para a disputa do Campeonato Brasileiro. A estreia será no próximo dia 22, contra o São Paulo, no Engenhão.

VALE-TUDO EM ASSUNÇÃO

O Fluminense entrou em campo com uma confortável vantagem contra os paraguaios do Libertad. Com isso, ao contrário da tônica do time até então (nos últimos jogos, era o Flu que corria atrás do resultado), a equipe brasileira esperou pela agressão adversária.

E foi o que o Libertad procurou fazer desde o início. Com três atacantes fixos (Gamarra, Maciel e Pavlovich), o time comandado por Gregório Pérez tentou explorar incessantemente as jogadas de linha de fundo. E conseguiu fazer com certa facilidade.

Pela direita, Gamarra e Bonet tabelavam; pela esquerda, Samudio e Maciel. Das duas pontas saíram 13 cruzamentos só na primeira etapa. Sorte do Flu que a defesa, desta vez, estava bem atenta às bolas aéreas. Assim, os lances perigosos dos anfitriões ficaram com os arremates de longe. Aquino, Gamarra e Cáceres arrancaram suor do goleiro Ricardo Berna, que, entre uma espalmada e outra, conseguiu se virar bem até o intervalo.

Já o Fluminense foi literalmente levado a nocaute. A primeira baixa foi a do volante Valencia, que, logo aos 17 minutos, teve de deixar o gramado sentindo dores na virilha esquerda. Em seu lugar, entrou Diogo, que, com uma cabeçada na trave, protagonizou o melhor momento tricolor no primeiro tempo.

Logo na sequência, Fred também sentiu o golpe. Ao disputar uma bola pelo alto, foi atingido no supercílio esquerdo pelo zagueiro Canuto. O artilheiro ficou ferido, mas estancou o sangramento com uma faixa e voltou para a batalha. Pouco depois, o lateral-direito Mariano também foi agredido e ficou um tempo caído no gramado. Em nenhum dos lances, o árbitro Roberto Silveira advertiu os jogadores paraguaios.

FLU BOBEIA E DEIXA SONHO PARA TRÁS

O segundo tempo começou da mesma forma que terminou o primeiro, mas num ritmo muito maior. Se antes o Fluminense era ameaçado, agora, sua área se tornava alvo de bombardeio. Com dez minutos, o Libertad criou pelo menos três chances claras. Na mais perigosa, Gamarra passou pelas costas de Julio Cesar e cruzou rasteiro, Berna ficou vendido e Pavlovich só não abriu o placar porque não alcançou a bola na tentativa de finalização.

Aos oito minutos, Gregorio Pérez colocou o meia Rojas no lugar do volante Ayala. Vinha mais chumbo grosso para o Flu. Quatro minutos depois, o próprio Rojas acertou um arremate potente de canhota, Berna esticou o braço, mas não conseguiu evitar: o Libertad, enfim, furava o bloqueio brasileiro.

A vantagem, de certa forma, acalmou os brios do time da casa. Bom para o Fluminense, que conseguiu recuparar espaços e voltou a agredir. Aos 28 minutos, o atacante Fred teve a chance de liquidar a fatura. O camisa 9 recebeu livre de Marquinho, dominou, mas, de frente para o gol, finalizou por cima.

A partida, então, começou a ficar mais para a equipe brasileira. Mesmo fechado, o Tricolor continha com eficiência as jogadas ofensivas e, de quebra, aproveitava os contra-ataques em velocidade.

Mas, aos 40 minutos, veio o castigo. Samudio chutou de fora, outra vez, Berna aceitou. E o Flu deixou que o inacreditável entrasse em cena outra vez. O Libertad conseguia o resultado e, naquele momento, assegurava a classificação.

Enderson, então, colocou Rodriguinho no lugar de Diguinho. O time foi para o desespero. Não deu. No último minuto, Nuñez ainda marcou o terceiro para os paraguaios, selando a tragédia tricolor.

FICHA TÉCNICA:
LIBERTAD (PAR) 3 X 0 FLUMINENSE

Estádio: Defensores del Chacos, Assunção (PAR)
Data/hora: 4/5/2011 – 21h50min (de Brasília)
Árbitro: Roberto Silvera (Fifa-URU)
Auxiliares: Mauricio Espinoza (Fifa-URU) e Marcelo Costa (Fifa-URU)

Cartões amarelos: Pavlovich, Ayala, Samudio (LIB); Berna, Marquinho, Diguinho, Conca (FLU)

Cartão vermelho: Mariano, aos 47’/ 2ºT (FLU)

Gol: Rojas aos 12’/2ºT; Samudio, aos 40’/ 2ºT e Nuñez, aos 45’/ 2ºT (LIB)

LIBERTAD (PAR): Vargas; Bonet, Portocarrero, Canuto e Samudio; Ayala (Rojas, aos 8’/ 2ºT), Cáceres, Aquino e Gamarra (Nuñez, aos 29’/ 2ºT); Maciel (Orue, aos 36’/ 2ºT) e Pavlovich. Técnico: Gregorio Pérez.

FLUMINENSE: Ricardo Berna, Mariano, Gum, Edinho e Julio Cesar; Valencia (Diogo, aos 17’/ 1ºT), Diguinho (Rodriguinho, aos 43’/ 2ºT), Marquinho e Conca; Rafael Moura (Araújo, aos 28’/ 2ºT)e Fred. Técnico: Enderson Moreira.

Flu toma susto, mas abre vantagem sobre o Libertad

Tricolor bate o Libertad por 3 a 1, nesta quinta, no Engenhão, e poderá perder por até um gol de diferença na volta

Nelson Rodrigues dizia que o Fluminense tem vocação para a eternidade. Se vivesse hoje, talvez fizesse um adendo: a predisposição para as fortes emoções. Depois de estar com o placar nas mãos, o Tricolor se acomodou e teve que correr até o fim para buscar a vitória por 3 a 1 sobre o Libertad-PAR, nesta quinta-feira, no Engenhão, pelas oitavas-de-final da Copa Santander Libertadores.

Após abrir o placar logo no início com Rafael Moura, de cabeça, o Flu deixou o adversário crescer na segunda etapa e sofreu o empate com Gamarra. A pouco menos de 20 minutos do fim, o aguerrido Marquinho retomou a vantagem para o Flu, que selou o triunfo com Conca, num belíssimo gol de falta.

Agora, o Tricolor poderá perder por até um gol no confronto de volta, na próxima quarta-feira, no Defensores del Chaco, para garantir a classificação às quartas-de-final da Libertadores.

NOVO APAGÃO ATRASA PARTIDA

Logo que o Fluminense deu o pontapé inicial, uma queda de energia deixou o Engenhão às escuras. A partida foi adiada por cerca de 60 minutos até que os refletores fossem novamente acendidos. A administração local não esclareceu as causas do apagão, mas informou que o problema ocorreu apenas com as luzes do campo e não em todo o estádio.

Em meio ao breu, a torcida trouxe um pouco de brilho com um belo mosaico que tomou todo setor leste. Nele, a inscrição ‘Guerreiros’, em homenagem ao empenho do time na emocionante classificação conquistada na última semana.

No reinício do jogo, novidade no Flu: a tradicional camisa tricolor foi substituída pela grená, segundo a assessoria, porque o primeiro estava causando confusão com o uniforme do Libertad.

FLU VOLTA ELÉTRICO APÓS O APAGÃO

Com a energia reestabelecida no Engenhão, o Flu começou elétrico sua primeira decisão pelas oitavas da Libertadores. Com muita velocidade, chegou por duas vezes com perigo à meta de Vargas e, aos 4 minutos, já arrancava o grito de gol dos tricolores nas arquibancadas. Em cobrança de escanteio, Julio Cesar desvia com os pés, Rafael Moura, na segunda trave, escora de cabeça, o goleiro paraguaio ainda dá um tapa na bola, mas ela já havia ultrapassado a linha do gol.

A vantagem fez o Fluminense diminuir o ritmo. Mesmo assim, era ele quem seguia tomando a iniciativa de ataque. Fred teve duas oportunidades claras. Na primeira, após tabela com Rafael Moura, deu uma meia lua no goleiro Vargas, mas não alcançou a bola para a conclusão. Depois, o mesmo He-Man passou de cabeça, o camisa 9 finalizou de primeira e por pouco não ampliouo para o time da casa.

Do outro lado, a disciplina tática foi o ponto louvável da equipe paraguaia. Mesmo com o placar adverso, permaneceu na estratégia de esperar o adversário no seu campo de defesa. Os visitantes insistiram exaustivamente nas ligações diretas para o contra-ataque.

Bem à frente, o veloz Nuñez e o centroavante Pavlovich davam trabalho à defesa tricolor. Enquanto o lateral-esquerdo Samudio, às costas de Mariano, também apareceu com perigo. Foi do camisa 15 a principal chance na primeira etapa. Após finalização cruzada, Ricardo Berna salvou o Flu.

Ainda na primeira etapa, o lateral-esquerdo Julio Cesar sentiu dores musculares e teve que deixar o campo. O volante Fernando Bob entrou no seu lugar e foi improvisado no setor.

GUERREIROS ARRANCAM VANTAGEM NO FIM

Na volta do intervalo, os guerreiros fizeram aquilo que não podia: se acomodaram com o resultado. Com isso, o até então tímido Libertad foi conquistando terreno. Com mais posse de bola e encurralando os anfitriões no campo de defesa, ficou uma impressão nas arquibancadas de que o gol estava maduro.

E ele amadureceu. Aos 16 minutos, após chuveirinho da intermediária, o apoiador Gamarra apareceu entre a defesa e cabeceou por cima do goleiro Berna. Silêncio no Engenhão. E o camisa 12 tricolor acabou crucificado pelo revés. No lance seguinte, vaias foram disparadas das arquibancadas contra o arqueiro.

Parecia o prenúncio de uma tragédia. Mas quem se acostumou com o roteiro dos guerreiros, sabia que a história não terminaria assim. Mesmo desorganizado, com demasiada vontade e raríssima técnica, o Tricolor retomou a vantagem do placar. E com seu soldado mais aguerrido.

Aos 27 minutos, Marquinho avançou pelo meio e chutou cruzado: a bola balançou sutilmente as redes de Vargas. O estádio, outra vez, ia abaixo.

E a festa ainda teve outro aperitivo. Em falta frontal, Conca – pouco objetivo até então – cobrou com extrema categoria, marcando o terceiro do Flu, seu primeiro na Libertadores.

Com a boa vantagem assegurada, o Fluminense cozinhou os minutos restantes até o apito final. Antes, o vaiado Ricardo Berna garantiu a vantagem com duas belas defesas. Agora, no Paraguai, o Tricolor poderá perder por até um gol de diferença que garante a classificação. A torcida espera que, pelo menos desta vez, não precise passar por tantas emoções.

FLUMINENSE 3 X 1 LIBERTAD-PAR

Data/ hora: 28/ 4/ 2011, às 21h50 (de Brasília)
Local: Engenhão, Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Sergio Pezzotta (ARG)
Auxiliares: Ariel Bustos e Gustavo Rossi (ARG)

Cartões amarelos: Julio Cesar, Conca (FLU); Cáceres, Gamarra, Ayala (LIB)

Gols: Rafael Moura, aos 3’/ 1ºT; Marquinho, aos 27’/ 2ºT; Conca, aos 29’/ 2ºT (FLU); Gamarra, aos 16’/ 2ºT (LIB)

FLUMINENSE: Berna; Mariano, Gum, Edinho e Julio Cesar (Fernando Bob, aos 42’/ 1ºT; Araújo, aos 26’/ 2ºT); Valencia, Diguinho, Marquinho e Conca; Fred e Rafael Moura (Diogo, aos 34’/ 2ºT). Técnico: Enderson Moreira.

LIBERTAD: Vargas; Bonet, Portocarrero, Canuto e Samudio; Ayala, Cáceres, Rojas (Moreira, aos 37’/ 2ºT) e Gamarra; Nuñez (Maciel, aos 13’/ 2ºT) e Pavlovich (Orué, aos 19’/ 2ºT). Técnico: Gregorio Pérez.

Flamengo vence o Flu nos pênaltis e vai à final

Felipe pegou duas cobranças na disputa de pênaltis; Flamengo decide a Taça Rio com o Vasco, no próximo domingo

O Bonde do Mengão pode não estar acelerado, mas segue sem freio. Depois do empate por 1 a 1 no tempo normal, o Flamengo bateu o Fluminense na disputa de pênaltis e está na decisão da Taça Rio, e ainda invicto! O goleiro Felipe, outra vez, fechou a meta rubro-negra, defendendo dois pênaltis do rival. Na batida derradeira, o jovem Diego Maurício bateu com segurança, classificando o Tricolor.

O ex-tricolor Thiago Neves foi outro destaque do jogo. Primeiro, a favor, ao marcar o gol de empate rubro-negro na segunda etapa. Depois, como vilão, ao perder o pênalti que poderia colocar o Fla na decisão. no fim, acabou contando com a colaboração dos companheiros e segue firme com o bonde rumo à saga pelo título carioca.

Rafael Moura marcou o gol tricolor no tempo normal. na disputa de pênaltis, Souza, Araújo e Tartá perderam as cobranças, que pôs fim ao sonho do Fluminense da dobradinha no semestre.

Agora, o Tricolor foca na Copa Santander Libertadores. Nesta quinta-feira, encara o Libertad-PAR, no Engenhão, pela primeiro jogo das oitavas de final.

Já o Flamengo, se prepara para pegar o arquirrival vasco na decisão, domingo. Antes, tem páreo duro pela frente: decide a classificação na Copa do brasil contra o Horizonte (CE), quinta-feira, no estádio Domingão.

QUEDA DE ENERGIA PARALISA CLÁSSICO

Ainda aos 11 minutos do primeiro tempo, o jogo foi paralisado devido a uma queda de energia nos arredores do Engenhão. Demorou cerca de 10 minutos para que os refletores fossem se acendendo e, quando o árbitros Péricles Bassols autorizou o reinício da partida, o goleiro Felipe, do Fla, pediu nova interrupção.

Então, passaram-se mais alguns minutos de espera até que, mesmo sem a iluminação no estádio ter voltado integralmente, os dos times concordaram em dar continuidade ao jogo.

Mas quando a bola finalmente voltou a rolar, um lance curioso. Como o cronômetro marcava 20 minutos, Péricles parou o clássico novamente para o tempo técnico. Os jogadores se irritaram com a falta de flexibilidade do árbitro.

SEM R10, FLA PERDE LÉO MOURA LOGO NO INÍCIO

Não bastasse o momento inferior ao adversário, o Flamengo teve uma baixa importantíssima de última hora: Ronaldinho Gaúcho, que, ainda com dores pela torção no joelho direito, foi vetado pelo departamento médico. Em seu lugar, Diego Maurício foi para o clássico.

Do outro lado, o Fluminense repetia a formação que alcançou o milagre no meio da semana, pela Copa Santander Libertadores, com Fred e Rafael Moura no ataque.

E, logo no início, a boa fase voltou a colaborar com o Tricolor. O lateral-direito Léo Moura levou a pior em dividida com Conca e fez o Fla perder outra liderança em campo. Para o lugar do camisa 2, outro jovem, Rafael Galhardo.

IMPEDIDO, HE-MAN PÕE O FLU NA FRENTE

Mas o Flu não dependeu apenas da sorte. Com a bola rolando, foi superior ao rival durante toda a primeira etapa. Os ‘inhos’ da defesa, o zagueiro Edinho e o volante Diguinho, foram uns monstros na marcação, permitindo ao goleiro Berna 45 minutos de tranquilidade, com exceção a uma finalização de Drogbinha, em que o camisa 1 saiu com eficiência evitando o gol rubro-negro.

Em compensação, Felipe teve que rebolar para fechar a meta do Fla. Nos chutes de fora da área, mostrou segurança. E, quando Rafael Moura recebeu lançamento na cara do gol, o arqueiro rubro-negro se atirou no atacante tricolor. O lance gerou reclamação por parte do rival, que pediu pênalti. O árbitro, porém, assinalou simulação do He-Man.

Mas o centroavante acabou se redimindo. Aos 21 minutos, em cobrança de falta, Edinho ajeitou para Rafael Moura, que escorou para o fundo das redes. Gol justo pelo domínio tricolor, mas erroneamente confirmado, já que o atacante estava em posição irregular.

CARRASCO DOS CLÁSSICOS EMPATA O FLA-FLU

Na volta do intervalo, o técnico Vanderlei Luxemburgo completuo as mexidas possíveis. Colocou em campo os meia Bottinelli no lugar do volante Fernando e tirou seu xará Wanderley (apático em campo), dando nova chance ao atacante Deivid.

Com isso, o Fla ficou mais ofensivo e passou a tocar mais a bola. Drogbinha e Bottinelli abriram pelas pontas, enquanto Thiago Neves apoiava Deivid pelo meio. E, numa das subidas do quarteto, Thiago recebeu passe preciso do argentino, e por pouco não empatou o clássico.

E o Flamengo, que seguia melhor, ampliou seu domínio quando Enderson Moreira tirou o autor do gol do Flu para a entrada de Tartá, que voltou demais para ajudar a defesa.

Pouco depois, o camisa 7 rubro-negro, carrasco em clássicos, fez sua terceira vítima entre os rivais neste Carioca. Aos 21 minutos, Willians levantou da intermediária, a bola passou por Edinho e Thiago Neves, de cabeça, deixou tudo igual no Engenhão. Depois de comemorar contra Vasco e Botafogo, o apoiador agora fazia a festa diante do seu ex-clube.

A partir daí, o clássico tomou ritmo alucinante. Na resposta, o Tricolor só não marcou porque o capitão Fred, de frente para a meta, furou na finalização. Na sequência, Diego Maurício chutou cruzado da grande área para a bela defesa de Berna.

Aos 36 minutos, Marquinho perdeu aquela que poderia ser a bola do jogo para o Flu. Após bela triangulação, o camisa 7 recebeu livre, frente-a-frente para Felipe, mas isolou na finalização.

No fim, empate no clássico, que acabaria sendo decidico nos pênaltis.

FELIPE PEGA DOIS PÊNALTIS E FLA VAI PARA A DECISÃO

No Fluminense, Fred, Edinho, Conca marcaram. Souza cobrou para fora, enquanto Felipe defendeu a batida de Araújo.

No Flamengo, Renato começou a cobrança e chutou mal, Berna defendeu. Deivid, Galhardo, Bottinelli fizeram para o Fla.

Thiago Neves teve a chance de colocar o Rubro-negro na final, mas Berna, novamente, fechou a meta para o Tricolor.

Nas cobranças alternadas, Tartá parou em Felipe. Diego Maurício, em nova oportunidade derradeira para o Fla, não desperdiçou e classificou o Flamengo para a decisão da Taça Rio.

FLUMINENSE X FLAMENGO

Data/ hora: 23/4/2011, às 16h (de Brasília)

Local: Engenhão, Rio de Janeiro (RJ)

Árbitro: Péricles Bassols

Auxiliares: Jackson Lourenço e Wagner de Almeida

Cartão amarelo: Rafael Moura, Mariano, Fred, Julio Cesar, Marquinho (FLU); Galhardo, Thiago Neves, Rodrigo Alvim (FLA)

Gols: Rafael Moura, aos 21′/ 1ºT (FLU); Thiago Neves, aos 21′/ 2ºT (FLA)

FLUMINENSE: Berna; Mariano, Gum, Edinho e Julio Cesar (Souza, aos 44′/2ºT) ; Valencia, Diguinho, Marquinho (Araújo, aos 38′/ 2ºT) e Conca; Fred e Rafael Moura (Tartá, aos 17′/ 2ºT). Técnico: Enderson Moreira.

FLAMENGO: Felipe; Léo Moura (Galhardo, aos 10′/1ºT), Welinton, David e Rodrigo Alvim; Fernando (Bottinelli, intervalo), Willians, Renato e Thiago Neves; Diego Maurício e Wanderley (Deivid, intervalo). Técnico: Vanderlei Luxemburgo.

Flu contraria a matemática mais uma vez e se classifica na Libertadores

Tricolor derrota o Argentinos Juniors por 4 a 2, na Argentina, com gol decisivo de Fred aos 43 do segundo tempo avança às oitavas de final

 

O Fluminense correu, lutou e brigou até o fim pela sua classificação para as oitavas de final da Libertadores. E mais uma vez, o Tricolor mostrou que nada é impossível. Em uma de suas melhores atuações no ano, o clube das Laranjeiras derrotou o Argentinos Juniors por 4 a 2, no Estádio Diego Armando Maradona e avançou para as oitavas de final na segunda colocação do Grupo 3, com oito pontos ganhos. Contrariando a matemática outra vez, o time de guerreiros mantém vivo sonho de conquistar a América. Na outra partida do grupo, Nacional-URU e América-MEX empataram em 0 a 0 no Uruguai. Agora, o Flu encara o Libertad-PAR, e o primeiro jogo será na próxima quarta, dia 27, no Engenhão. Mas o clube das Laranjeiras não terá muito tempo para festejar. No domingo, enfrenta o Flamengo, às 16h (de Brasília), no mesmo estádio, pela semifinal da Taça Rio.

Domínio, muitas oportunidades e dois gols

A missão já era complicada. O Fluminense precisava vencer o Argentinos Juniors, fora de casa, e ainda torcer por uma derrota do Nacional-URU diante do América-MEX, em Montevidéu. Em caso de empate, o Tricolor teria de triunfar por dois gols para chegar às oitavas. Momentos antes da decisão, o afastamento de Emerson por indisciplina parecia ser o ponto final de uma participação apagada do atual campeão brasileiro na principal competição sul-americana. Mas ainda faltavam 90 minutos e, quando a bola rolou, os guerreiros mostraram que não desistiriam assim tão facilmente.

Com Rafael Moura formando o ataque titular com Fred, o Fluminense se postava bem no campo de defesa e sempre saía com perigo e objetividade para o ataque. Mais recuado, Valencia formava com Gum e Edinho uma linha de três zagueiros. O domínio do meio-campo dava ao Tricolor total controle sobre a partida. E as chances não demoraram a aparecer. Enquanto o Argentinos Junios só tinha finalizado uma vez ao gol de Ricardo Berna, o clube das Laranjeiras já tinha criado três oportunidades para marcar, com Rafael Moura, Conca, em cobrança de falta e Mariano. Na melhor chance, Fred acertou a trave direita.

Tentando se impor na base da violência, os donos da casa abusavam das faltas duras. Neste momento, um filme passava na cabeça dos cerca de 800 tricolores que foram até a Argentina para incentivar o time. Em Montevidéu, há duas semanas, diante do Nacional-URU, o Fluminense apresentou uma incrivel superioidade na etapa inicial. Mas saiu derrotado por 2 a 0. Dessa vez, porém, o gol saiu logo. Após linda jogada com Marquinho pela esquerda, Julio Cesar saiu na frente de Navarro e apenas deslocou o goleiro para abrir o placar: 1 a 0, aos 17 minutos.

A festa da torcida brasileira durou apenas oito minutos. Após cruzamento na área, Berna ficou com a bola, mas o juiz Wilmar Roldán marcou pênalti alegando que Gum agarrou Salcedo. O zagueiro do Fluminense não reclamou. Na cobrança, o próprio Salcedo deslocou o goleiro tricolor para empatar.

O jogo tinha a cara da Libertadores: brigado, corrido e muito catimbado. Ao tentar cobrar um lateral, Mariano foi atingido por algum objeto atirado pela torcida argentina. Enquanto o jogador reclamava com a arbitragem e demorava a reiniciar a partida, os torcedores do Argentinos Juniors, enlouquecidos, se penduravam na grande que fica a cerca de dois metros do gramado e o xingavam de tudo que era possível. Fred, então, tratou de dar mais motivos para os donos da casa ficarem nervosos. Aos 39, o artilheiro soltou a bomba em cobrança de falta da intermediária e contou com a falha de Navarro para deixar o Tricolor novamente em vantagem.

Em desvantagem, o time da casa partiu para o ataque. E até teve duas boas chances. No último lance da etapa, o baixinho Niell, de apenas 1,63m, que marcou dois gols de cabeça na partida no Engenhão, tentou uma bicicleta da entrada da área e acertou a trave de Berna. A vantagem de um gol ainda não era suficiente para classificar o Fluminense, já que, em Montevidéu, Nacional-URU e América-MEX empatavam por 0 a 0.

Pênalti, gol, briga e milagre

O time argentino voltou do vestiário mais ofensivo: Troglio tirou o zagueiro Tórren e colocou o atacante Oberman em campo. Mas quem teve a primeira chance foi o Fluminense: Fred ajeitou de peito para Marquinho dentro da área e o apoiador foi deslocado na hora do chute, que acabou defendido por Navarro. O árbitro mandou o jogo seguir e deu apenas escanteio. Mesmo melhor na partida, o Tricolor acabou castigado aos nove minutos. Oberman, que tinha acabado de entrar, aproveitou um rebote na entrada da área e chutou. A bola desviou em Valencia e matou Ricardo Berna, que nada pode fazer: 2 a 2.

O gol abateu o time tricolor. O Argentinos Juniors podiam não criar grandes chances, mas passaram a ter o domínio da partida. Nervoso, o Fluminense via o time da casa rondar sua área. Até que aos 22 minutos foi a vez da sorte mudar de lado. Marquinho cobrou escanteio, Fred cabeceou e Navarro espalmou. A bola sobrou na frente de Rafael Moura com o gol vazio a frente: 3 a 2 no placar e esperança renovada.


Na área reservada aos visitantes, os tricolores começaram a canta ‘A benção João de Deus’. E Fred quase foi abençoado. Após cruzamento da direita, o camisa 9 ganhou no jogo de corpo e emendou um voleio para linda defesa de Navarro. Quando o cronômetro marcava 41 minutos, a partida entre Nacional-URU e América-MEX terminou empatada. Faltava um gol. Apenas um gol.

Mas João de Deus estava na Argentina nesta quarta-feira. E ele viu Araújo lançar Edinho na área, o volante driblar o goleiro. Pênalti. Tensão. Expectativa. Milagre. Fred pegou a bola. Chamou a responsabilidade. E não decepcionou a massa tricolor em Buenos Aires, no Rio e pelo mundo. Com uma cobrança perfeita, no ângulo direito, ele decretou a classificação para as oitavas. Mais uma vez, o Fluminense contraria a matématica, pois avançou mesmo com apenas 8% de chances.

No fim, os argentinos mostraram que não sabem perder e partiram para a briga. A atitude contrariou a própria torcida, que aplaudiu a heroica classificação do Fluminense. Afinal, para o time de guerreiros, nada é impossível

 Ficha técnica:

ARGENTINOS JUNIORS 2 X 4 fluminense
Navarro, Sabia, Tórren (Oberman) e Gentiletti; Prospéri, Mercier, Basualdo (Laba) e Escudero; Rius, Niell e Salcedo. Ricardo Berna, Mariano, Gum, Edinho e Julio Cesar (Tartá); Valencia, Diguinho (Araújo), Marquinho e Conca; Rafael Moura (Fernando Bob) e Fred.
Técnico: Pedro Troglio Técnico: Enderson Moreira
Gols: Julio Cesar, aos 17 minutos; Salcedo, de pênalti, aos 25; Fred, aos 39 do primeiro tempo; Oberman, aos nove minutos; Rafael Moura, aos 22 e Fred, de pênalti, aos 43 do segundo tempo.
Cartões amarelos: Escudero, Prosperi, Basualdo (ARG); Diguinho, Ricardo Berna (FLU)
Data: 20/04/2011. Local: Estário Diego Armando Maradona (Argentina).  Árbitro: Wilmar Roldán (COL). Auxiliares: Abraham González (COL) e Javier Camargo (COL). Renda e Público: Não divulgados.

Flu conhece caldeirão da ‘decisão’ de quarta e recebe apoio de Maria Vitória

Tricolor de dez meses de idade vai com o pai ao estádio Diego Armando Maradona, palco do jogo com o Argentinos Juniors, assistir a treino do Flu

Arquibancadas a dois metros da linha lateral do campo, dimensões de gramado reduzidas e 25 mil torcedores contra, gritando o tempo todo. É neste clima de caldeirão que o Fluminense vai decidir sua vida na Libertadores, contra o Argentinos Juniors, na noite de quarta-feira. Nesta terça, o grupo tricolor fez o treino de reconhecimento no estádio Diego Armando Maradona, em Buenos Aires.

O caldeirão do Argentinos Juniors não tem este nome por acaso. Foi no modesto clube portenho que o maior jogador da história do futebol argentino deu seus primeiros chutes como profissional, ainda adolescente. Após a reforma a que foi submetido o estádio, em 2003, o nome de Dieguito passou a batizar o local.

No campo, que mede 100×66 metros (o Engenhão, por exemplo, tem 105×68 metros), o técnico Enderson Moreira comandou uma atividade leve nesta terça. Ele dividiu o grupo em três times, que exercitaram o toque de bola (cada atleta só podia tocar uma vez). Depois, o grupo treinou finalizações. Enderson deve repetir a equipe que derrotou o Nova Iguaçu, por 1 a 0, no último domingo. A única dúvida, segundo o próprio treinador, é o companheiro de Fred no ataque. Araújo e Emerson disputam a vaga.


Nas arquibancadas, 15 torcedores do Fluminense acompanharam o treinamento (para o jogo, são aguardados entre 700 e 1.000 tricolores no estádio). Dentre eles, dois em especial chamaram a atenção: o engenheiro Dumont Caldas e a filha, Maria Vitória, que tem dez meses e é nascida na Argentina. Seria o nome da menina um bom presságio para o Flu?

– Ela nasceu ano passado e já foi campeã brasileira. Esperamos que dê sorte de novo – disse Dumont, que mora em Buenos Aires e é casado com uma argentina.

A bola rola para Argentinos Juniors x Fluminense às 21h50m desta quarta-feira, com transmissão do SporTV. Ao Tricolor, só a vitória interessa. Além de conquistar os três pontos, o time ainda precisa torcer para que o América-MEX bata o Nacional, em Montevidéu. No caso de empate entre uruguaios e mexicanos, o Fluminense precisa vencer por dois ou mais gols de diferença. Vitória do Nacional elimina o Tricolor.

Ataque do Flu segue em aberto após treino antes de decisão

Técnico Enderson Moreira não deu pistas se Rafael Moura ganhará vaga contra o Argentinos Juniors

O Fluminense realizou na noite desta terça-feira o último treino antes da partida contra o Argentinos Juniors, na quarta, em Buenos Aires, pela última rodada do Grupo 3 da Copa Santander Libertadores. A atividade manteve o mistério sobre quem formará o ataque titular do Tricolor – Rafael Moura pode ganhar vaga ao lado de Fred.

– Temos quatro grandes atacantes. Vamos analisar de acordo com a situação. Tenho ainda uma dúvida e vou levá-la mais adiante, para mais próximo do jogo. Temos uma noção do que vamos fazer, estou discutindo com a comissão técnica, estudando muito o adversário – afirmou mais cedo o técnico Enderson Moreira.

Os jogadores realizaram um treino físico, seguido de uma atividade técnica, com intenso trabalho de finalizações. Os jogadores tiveram um aproveitamento apenas razoável diante da meta defendida por Ricardo Berna.

O fato curioso ficou por conta de uma placa de publicidade “castigada” pelos chutes tricolores, chegando a rasgar em alguns pontos. Dois funcionários do clube foram atrás do gol para conferir o “estrago” feito pelos brasileiros.

Enderson assume responsabilidade por escalar pendurados no domingo

Técnico interino lembra que o Fluminense ainda não está classificado e alerta para os perigos de enfrentar um adversário sem responsabilidades

O Fluminense entra em campo no próximo domingo, às 16h (de Brasília), para enfrentar o Nova Iguaçu, no Engenhão, precisando apenas de um empate para chegar à semifinal da Taça Rio. Para alcançar seu objetivo, no entanto, o Tricolor correrá o risco de perder dois de seus jogadores titulares na fase decisiva do segundo turno por suspensão:o zagueiro Gum e o apoiador Conca.

Além deles, o lateral-esquerdo Carlinhos e o meia Souza também estão pendurados com dois cartões amarelos. O primeiro, se recuperando de uma entorse no tornozelo esquerdo, sequer será relacionado para o confronto. Já o segundo começará a partida no banco de reservas. Responsável pela escalação da equipe, o técnico Enderson Moreira sabe que terá de correr riscos.

– Conversei com os jogadores e tomei a decisão com o aval deles. Precisamos nos classificar e não abrimos mão de uma vitória nesse jogo. Durante a partida pode até acontecer um cartão, mas precisamos do resultado e vamos nos expor. Um placar positivo pode refletir na partida de quarta-feira contra o Argentinos Juniors – explicou Enderson.

Experiente, o treinador alertou também para o perigo de se enfrentar um adversário que nada almeja no campeonato. Segundo Enderson, é nesse momento de relaxamento que os resultados inesperados mais aparecem.

– Diferentemente de Vasco e Flamengo, ainda não estamos classificados. Estamos perto e precisamos ter atenção. Não podemos bobear agora – disse.

Enderson, sobre Rafael Moura: ‘Ruim seria se gostasse de ficar no banco’

Assim como Fred, técnico interino do Fluminense vê com bons olhos a declaração do He-Man, que confessou estar insatisfeito com a reserva

Rafael Moura não esconde o descontentamento com a reserva. Substituto imediato de Fred, o atacante disse na última quarta-feira que estava, sim, insatisfeito em não ser titular da equipe do Fluminense. E a declaração soou bem para o treinador interino Enderson Moreira. Longe de polêmicas, ele elogiou o comportamento do He-Man, autor de de sete gols em 14 jogos na temporada.

– Eu vejo com ótimos olhos (a insatisfação com a reserva). Ainda bem que ele tem esse pensamento. Ruim seria se gostasse de ficar no banco. O interessante é que ele respeita a opção. É um jogador com caráter e muito importante para o grupo .

Outro representante da equipe que entendeu a posição de Rafael Moura foi Fred, concorrente por uma vaga no ataque.

– Normal ele falar que está insatisfeito. Todo mundo quer jogar. Falo para eles (jogadores) tomarem cuidado para não cair na pilha nas perguntas da coletiva. Não concordo, mas acho até normal o modo de vocês (jornalistas) quererem tratar alguma coisa. Para ter notícia, querem desestabilizar alguma coisa. Tem conversa entre nós, jogadores. Peço precaução no que vai falar, cuidado.

O próprio jogador voltou a se pronunciar nesta quinta. Através de sua assessoria de imprensa, ele explicou a declaração.

– Tenho feito meu trabalho da melhor maneira, e, quando digo que estou insatisfeito no banco, é porque não me acomodo. Nenhum jogador fica feliz quando está na reserva. Se ficar é porque há algo de errado. Aqui no Fluminense todos os atacantes que estão no grupo são grandes jogadores e grandes amigos. Existe muito respeito entre nós e sabemos que a briga pela posição vai acontecer dentro de campo, durante os treinamentos e os jogos. É uma disputa sadia e leal.

Apesar de entender a preocupação do atacante, Enderson Moreira deve optar por Fred e Emerson para o jogo do próximo domingo, às 16h (horário de Brasília), contra o Nova Iguaçu, no Moacyrzão, pela última rodada da Taça Rio. Os dois treinaram entre os titulares nas Laranjeiras durante coletivo em campo reduzido e devem formar a dupla de ataque. Porém, o treinador avisa que nenhum jogador está descartado.

– Futebol é momento. E tanto o Emerson quanto o Fred são jogadores que conto muito. Eles estão evoluindo a cada jogo e sabemos o potencial deles. Temos também dois grandes atletas (Araújo e Rafael Moura) aguardando a oportunidade e joga quem estiver melhor.

Duro na queda, Mariano não desfalca o Fluminense desde outubro

Sem problemas graves de lesão, lateral-direito disputou os últimos 27 jogos do time e esteve em 80% das partidas desde a sua chegada

“As estrelas do Fluminense vivem machucadas”. A afirmação virou lugar-comum em qualquer bate-papo, seja na arquibancada, na informalidade dos bares ou até nas análises de jornalistas em programas especializados. Afinal, em 2010, Fred, Deco e Emerson, por exemplo, passaram boa parte da campanha do título brasileiro no departamento médico. O problema é que o início da atual temporada teve estes mesmos personagens vivendo o antigo pesadelo: as lesões. E os três citados não estão sozinhos. Leandro Euzébio, Digão, Gum, Carlinhos, Valencia, Conca, Rodriguinho… quase um time completo já passou pelas mãos dos médicos.

Mas falta uma peça importante da equipe nesta lista. Onde está o desfalque na lateral direita? Não, o setor não sofreu com este tipo de assombração. Mariano, titular da posição, é quase um homem de ferro. Participou das 20 partidas do ano. Todas como titular. Na contramão das estrelas do elenco, ele resiste firme e forte à sequência de jogos, viagens (nacionais e internacionais) e desgastantes avanços ao ataque e retornos à defesa durante as partidas. Em uma posição que exige muito da forma física, o lateral tem mostrado que o fôlego está em dia, assim como a pontaria – foi o autor de um dos gols da vitória por 5 a 1 sobre o Americano, no último domingo, pela sétima rodada da Taça Rio.

Números Mariano 3 (Foto: ArteEsporte)

E essa maratona vem desde o ano passado. Ele ficou ausente em apenas seis partidas das 64 disputadas na temporada passada, sendo que nenhuma por lesão (veja os números acima). Problemas só mesmo em 2009. Uma luxação no dedão do pé direito o tirou de um jogo, a derrota fora de casa para o Águia de Marabá por 2 a 1, pela Copa do Brasil. Mas a mais grave foi no púbis, o impossibilitando de atuar em três rodadas do Brasileirão (contra Náutico, Grêmio e Botafogo). O período de cerca de duas semanas fora dos gramados foi o maior na carreira, segundo o próprio lateral garante. Foi também a última lesão sofrida, no longínquo mês de junho do ano retrasado.

Naquela temporada, inclusive, Mariano quase deixou o Fluminense para acertar com o Figueirense. Com a má campanha no nacional, a torcida passou a pegar no pé dos atletas, entre eles o lateral, que não só permaneceu no clube como chegou à marca de 126 jogos disputados em 157 possíveis desde a estreia com camisa tricolor, em janeiro de 2009, na vitória por 1 a 0 sobre o Coritiba em amistoso no Couto Pereira. A última vez que não pôde atuar foi no empate por 2 a 2 com o Atlético-PR, no dia 24 de outubro de 2010, pelo Brasileiro, por suspensão. De lá para cá, são 27 partidas seguidas – interrompidas apenas pelas férias e a pré-temporada. Números que são justificáveis.

– O Mariano é um cara que participa de todos os treinos físicos importantes. Ele não fica fora de nenhum, por isso é diferenciando. Não tem segredo. É a dedicação mesmo. Para se ter uma ideia, às vezes ele quer continuar as atividades e eu falo que não, senão vai se machucar, e ele atende. Era um jogador que ninguém queria (no clube, em 2009), e falei para ele que ia ajudá-lo, que era preciso treinar. Foi o mesmo caso do Toró, quando cheguei no Flamengo. E ele entendeu – explica o preparador físico Ronaldo Torres.

De acordo com o fisiologista tricolor, Maurício Negri, Mariano não é o jogador que mais se destaca nas avaliações periódicas realizadas nas Laranjeiras. Para o profissional, a constante presença do lateral nas partidas do Fluminense é explicada por uma conjunção de fatores.

– Mariano é um jogador muito forte e com uma musculatura bem equilibrada. É até mesmo um atleta de explosão, uma característica propícia a gerar lesões. Mas a genética dele ajuda muito. Além, é claro, do treinamento e dos cuidados com alimentação e descanso. Vejo como um conjunto de fatores. Seus números, para um jogador de futebol, estão acima da média – esclareceu o fisiologista.

As palavras de Ronaldo e Maurício ganham corpo na declaração do “fominha” Mariano.

– O que tem de fazer é descansar o máximo quando tem folga. Mas prefiro jogar a estar fora. Para mim é uma motivação jogar ou estar aparecendo. Não vejo muito disso de querer me poupar – disse o lateral.

Essa vontade de estar em campo era frequentemente exaltada pelo ex-treinador Muricy Ramalho. Na estreia da Taça Rio, no sábado de carnaval, Muricy optou por preservar os jogadores que haviam disputado no México partida válida pela Libertadores, contra o América-MEX. Sem muitas opções, escalou a mesma dupla de zaga com Gum e Leandro Euzébio. O goleiro Ricardo Berna, menos desgastado fisicamente, também permaneceu entre os 11. Já Mariano foi mantido pelo vigor, segundo o treinador, que na época considerava um “desastre na parte física” os atletas jogarem em seguida à cansativa viagem pelas Américas. E ele não só foi titular como deu o passe para o gol de Araújo, o primeiro na vitória por 2 a 1.

Maior exposição, maior cobrança

A armadura do homem de ferro só foi arranhada contra o América-MEX, na vitória por 3 a 2, pela quarta rodada do Grupo 3 da Libertadores, no Engenhão. Substituído no segundo tempo por Deco, ele sentiu um problema no joelho direito. Mas quatro dias depois estava recuperado para participar do empate (0 a 0) com o Vasco, pela Taça Rio.

Participar de todos os jogos, no entanto, deixa o jogador mais exposto quanto ao nível das atuações. Consciente, Mariano deixa claro que não será sempre que poderá render o esperado pela torcida.

– A gente não mantém uma coisa sempre em todos os jogos. Em um ou outro vamos estar mal. Não somos robôs. Tem hora que vamos resolver o jogo, em outra não. É coisa de ser humano.

*Colaboraram Cahê Mota e Edgard Maciel de Sá

Flu se reapresenta e, mesmo após goleada, atletas preferem o silêncio

Elenco realiza trabalho físico nas Laranjeiras, mas nenhum atleta participa da entrevista coletiva. Carlinhos volta a treinar no gramado

Goleada por 5 a 1 sobre o Americano, classificação bem encaminhada na Taça Rio e uma semana de atividades importantes para o futuro do Fluminense no primeiro semestre. Motivos de sobra para os tricolores falarem com a imprensa, certo? Não. Após o treino desta terça-feira, nas Laranjeiras, nenhum jogador participou da entrevista coletiva, que acabou cancelada. Cada atleta solicitado deu uma desculpa diferente para não falar.

Se a situação na sala de imprensa chamou a atenção, no gramado o treinamento teve apenas uma novidade. Recuperando-se de entorse no tornozelo esquerdo, o lateral Carlinhos voltou a trabalhar a parte física no campo. O restante do elenco também suou a camisa. Sob o comando do preparador físico Ronaldo Torres, os jogadores participaram de um treino físico por cerca de uma hora.

A partir desta quarta-feira até o próximo sábado, o Fluminense treinará sempre na parte da manhã. No domingo, o Tricolor enfrentará o Nova Iguaçu, às 16h, no Engenhão. Com 14 pontos e na liderança do Grupo B da Taça Rio, o time garante a classificação para a semifinal com um empate.